Blog dos alunos do curso TÉCNICO DE PRODUÇÃO DE AÇÚCAR da ETEC João Jorge Geraissate do Centro Paula Souza.
sábado, 30 de maio de 2009
Homenagem ao Mestre!
Gostaria de deixar registrado, todo o carinho que a classe tem por esse exemplo de professor, que é o Mestre (Antônio P. de Souza). Sempre brincalhão com todos, sem perder o respeito e ensinando muitas coisas interessantes para os alunos.
Realmente é um privilégio ter aulas com ele! Um exemplo de pessoa!
sexta-feira, 29 de maio de 2009
29/05/2009 - Palestra sobre Cana de Açúcar - Rotação de cultura utilizando a cultura da soja
Mais um passeio, dessa vez contou com a participação de 10 alunos somente, acompanhados do coordenador Tarcísio. O evento ocorreu no Recinto de Exposições, promovido pelo CATI e Associação dos Plantadores de Cana de Araçatuba.
Alunos: Carol, Ane Elisa, Cris, Naine, Gislaine, Luana, Everton, César,Diego e Hueliton
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Artigo sobre a cana, citando as pragas mais comuns.
Acessem: http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=1619
Explica, com imagens sobre a broca da cana, controle biológico, tá bem explicado e fácil de entender.
Explica, com imagens sobre a broca da cana, controle biológico, tá bem explicado e fácil de entender.
sábado, 16 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
• Crise atrasa entrada em funcionamento de novas usinas em São Paulo
Apenas 20 das 35 usinas sucroalcooleiras que deveriam entrar em atividade neste ano em São Paulo vão efetivamente começar a operar. Segundo o diretor executivo da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Eduardo Leão de Sousa, o adiamento reflete os efeitos da crise econômica mundial no setor.
Embora tenha sido um dos que mais investiram em produção no país foram mais de US$ 20 bilhões nos últimos três anos -- o setor sucroalcooleiro sofreu os impactos da crise, principalmente por depender de capital de giro para manutenção das lavouras de cana e da indústria e para o carregamento de estoques no ano todo. Ela [indústria da cana] produz em seis e sete meses e vende em 12. É ela que carrega esse estoque, e isso tem um custo financeiro, afirmou Sousa.
Ele disse que, como o setor estava enfrentando uma época de preços baixos -- puxada principalmente pelo etanol -- e investindo pesado na expansão da atividade e em novos investimentos, a falta de crédito decorrente da crise acabou afetando muito o setor. Nossa atividade foi uma das que mais sentiram o problema da falta de liquidez no país, ressaltou.
Apesar da situação de asfixia de crédito, que foi, em parte, contornada com um programa lançado pelo governo, que previa a estocagem de álcool combustível com o empréstimo de valores abaixo custo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco do Brasil, Sousa afirmou que os fundamentos de mercado ainda continuam positivos para o setor.
Isso porque há previsão de crescimento para as usinas, principalmente em função do aumento da demanda de etanol tanto no mercado interno, com o aumento da venda e fabricação de veículos flex, quanto no internacional, com a necessidade dos países de reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Seguramente nós vamos crescer, porque esses países precisam reduzir a emissão de CO2, e os biocombustíveis vão ser um importante aliado nesse processo. E eles não têm condições de suprir tudo o que precisam com a produção local. Eles vão ter que importar, afirmou.
Outras razões estão ligadas à geração de energia de bagaço da cana, que vem sendo usada em larga escala pelas próprias usinas e também comercializada, e ao açúcar, que poderá ser beneficiado com a queda da produção da cana na Índia e com a redução de sua produção nos países europeus. Nós vamos cobrir esse déficit. E isso vai gerar uma receita, do ponto de vista do açúcar, muito maior do que no ano passado.
Fonte: Jornal Folha da Região
Embora tenha sido um dos que mais investiram em produção no país foram mais de US$ 20 bilhões nos últimos três anos -- o setor sucroalcooleiro sofreu os impactos da crise, principalmente por depender de capital de giro para manutenção das lavouras de cana e da indústria e para o carregamento de estoques no ano todo. Ela [indústria da cana] produz em seis e sete meses e vende em 12. É ela que carrega esse estoque, e isso tem um custo financeiro, afirmou Sousa.
Ele disse que, como o setor estava enfrentando uma época de preços baixos -- puxada principalmente pelo etanol -- e investindo pesado na expansão da atividade e em novos investimentos, a falta de crédito decorrente da crise acabou afetando muito o setor. Nossa atividade foi uma das que mais sentiram o problema da falta de liquidez no país, ressaltou.
Apesar da situação de asfixia de crédito, que foi, em parte, contornada com um programa lançado pelo governo, que previa a estocagem de álcool combustível com o empréstimo de valores abaixo custo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco do Brasil, Sousa afirmou que os fundamentos de mercado ainda continuam positivos para o setor.
Isso porque há previsão de crescimento para as usinas, principalmente em função do aumento da demanda de etanol tanto no mercado interno, com o aumento da venda e fabricação de veículos flex, quanto no internacional, com a necessidade dos países de reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Seguramente nós vamos crescer, porque esses países precisam reduzir a emissão de CO2, e os biocombustíveis vão ser um importante aliado nesse processo. E eles não têm condições de suprir tudo o que precisam com a produção local. Eles vão ter que importar, afirmou.
Outras razões estão ligadas à geração de energia de bagaço da cana, que vem sendo usada em larga escala pelas próprias usinas e também comercializada, e ao açúcar, que poderá ser beneficiado com a queda da produção da cana na Índia e com a redução de sua produção nos países europeus. Nós vamos cobrir esse déficit. E isso vai gerar uma receita, do ponto de vista do açúcar, muito maior do que no ano passado.
Fonte: Jornal Folha da Região
Fluxogramas da Produção de Açúcar e Álcool.
Quem se interessar em baixar Fluxogramas da Produção de Açúcar e Álcool acesse pelo link:
http://udop.com.br/download/fluxograma_producao_acucar_alcool.zip
Depois é só extrair os arquivos.
Quem quiser ver mais conteúdo acesse o site do UDOP:
http://udop.com.br
http://udop.com.br/download/fluxograma_producao_acucar_alcool.zip
Depois é só extrair os arquivos.
Quem quiser ver mais conteúdo acesse o site do UDOP:
http://udop.com.br
Nova bactéria transforma açúcar em plástico
Como se encontrar uma bactéria que transfomasse açúcar em plástico não fosse desafio suficiente, cientistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) descobriram uma nova espécie bacteriana em canavial que realiza esse processo com mais eficiência do que qualquer outra conhecida.
A Burkholderia sacchari, como está sendo chamada, alimenta-se diretamente de açúcar e transforma o excedente de seu metabolismo na forma de um plástico biodegradável chamado PHB (poli-hidroxibutirato). "O polímero é um material de reserva para a bactéria como a gordura o é para os mamíferos", explica José Gregório Gomez, um dos pesquisadores do Agrupamento de Biotecnologia do IPT que ajudaram a isolar a bactéria.
O objetivo é empregar a B. sacchari na produção industrial de PHB, que desde o mês passado está sendo produzido em pequena escala por uma divisão da Usina da Pedra, em Serrana (SP). Atualmente, outra bactéria é usada com a mesma finalidade, a Ralstonia eutropha. Se os testes com a B. sacchari derem certo, ela deverá substituir a R. eutropha no processo. O projeto, de US$ 5 milhões, é uma parceria do IPT com a Universidade de São Paulo (USP) e a Copersucar.
Cadeia produtiva - A vantagem da B. sacchari é que ela pode ser integrada totalmente à linha de produção da usina de açúcar. A energia para cultivo da bactéria vem da queima de bagaço de cana. O alimento é o próprio açúcar e o solvente usado para retirar o polímero das bactérias é um derivado da produção de etanol.
Até os efluentes da linha de produção têm aplicação dentro da cadeia produtiva: são usados para adubar e irrigar as plantações. Segundo os pesquisadores do IPT, para cada 3 quilos de açúcar utilizado para alimentar as bactérias é possível obter 1 quilo de plástico. "O grande potencial dessa bactéria é que ela pode metabolizar o açúcar diretamente", disse o engenheiro Carlos Rossell, chefe de divisão de processos do Centro de Tecnologia Copersucar.
No caso da R. eutropha, isso não acontecer, pois a sacarose precisa ser quebrada em moléculas menores a fim de ser absorvida pelo microorganismo.
Segundo Rossell, testes de produção com a B. sacchari devem começar no ano que vem.
Para a produção do PHB, a bactéria passa por um verdadeiro processo de engorda e abate. No início, a B. sacchari recebe uma alimentação balanceada para que possa multiplicar-se rapidamente.
Depois, a colônia é superalimentada com açúcar para as bactérias engordarem, chegando a acumular 80% de sua massa na forma de grânulos de PHB. Por último, um solvente é usado para destruir a parede celular da bactéria e extrair o polímero. O produto final é um granulado de plástico biodegradável que, depois de receber aditivos e ser compactado na forma de pastilhas, é comercializado para a indústria.
Surpresa - A B. sacchari foi descoberta em um canavial de Piracicaba em 1994, mas só no início deste ano os cientistas descobriram que se tratava de uma espécie nova. O trabalho será publicado na revista científica International Journal of Systematic and Evolutinary Microbiology.
A partir daí, a bactéria seria reconhecida oficialmente como uma nova espécie.
Inicialmente, os pesquisadores identificaram 300 espécies de bactéria que se alimentam de sacarose. Apenas 70, no entanto, eram capazes de produzir o PHB. Dessas, os cientistas do IPT selecionaram as duas mais promissoras e, finalmente, chegaram à B. sacchari. "Enviamos amostras para laboratórios na Alemanha e na Bélgica, mas não bateram com nenhuma das espécies conhecidas", conta a pesquisadora Luiziana Ferreira da Silva, do IPT.
A grande expectativa dos cientistas agora é ver o plástico biodegradável ganhar espaço no mercado mundial. "São poucas as tecnologias de ponta sobre as quais conseguimos ter algum controle no Brasil", diz a pesquisadora Marilda Keico Taciro, também do IPT. "Temos uma oportunidade muito rara de estar competindo com o meio científico internacional."
Mutante - Mesmo antes da descoberta da nova bactéria ser publicada em uma revista científica, os cientistas do IPT já criaram uma versão mutante da B. sacchari que poderá produzir PHB em quantidades maiores e em formato mais flexível e mais resistente. "Deletamos geneticamente uma via metabólica para que quase toda a sacarose seja usada na produção do polímero", explica Luiziana, que já requisitou uma patente para a bactéria mutante.
Fonte: Herton Escobar / Jornal O Estado de São Paulo
A Burkholderia sacchari, como está sendo chamada, alimenta-se diretamente de açúcar e transforma o excedente de seu metabolismo na forma de um plástico biodegradável chamado PHB (poli-hidroxibutirato). "O polímero é um material de reserva para a bactéria como a gordura o é para os mamíferos", explica José Gregório Gomez, um dos pesquisadores do Agrupamento de Biotecnologia do IPT que ajudaram a isolar a bactéria.
O objetivo é empregar a B. sacchari na produção industrial de PHB, que desde o mês passado está sendo produzido em pequena escala por uma divisão da Usina da Pedra, em Serrana (SP). Atualmente, outra bactéria é usada com a mesma finalidade, a Ralstonia eutropha. Se os testes com a B. sacchari derem certo, ela deverá substituir a R. eutropha no processo. O projeto, de US$ 5 milhões, é uma parceria do IPT com a Universidade de São Paulo (USP) e a Copersucar.
Cadeia produtiva - A vantagem da B. sacchari é que ela pode ser integrada totalmente à linha de produção da usina de açúcar. A energia para cultivo da bactéria vem da queima de bagaço de cana. O alimento é o próprio açúcar e o solvente usado para retirar o polímero das bactérias é um derivado da produção de etanol.
Até os efluentes da linha de produção têm aplicação dentro da cadeia produtiva: são usados para adubar e irrigar as plantações. Segundo os pesquisadores do IPT, para cada 3 quilos de açúcar utilizado para alimentar as bactérias é possível obter 1 quilo de plástico. "O grande potencial dessa bactéria é que ela pode metabolizar o açúcar diretamente", disse o engenheiro Carlos Rossell, chefe de divisão de processos do Centro de Tecnologia Copersucar.
No caso da R. eutropha, isso não acontecer, pois a sacarose precisa ser quebrada em moléculas menores a fim de ser absorvida pelo microorganismo.
Segundo Rossell, testes de produção com a B. sacchari devem começar no ano que vem.
Para a produção do PHB, a bactéria passa por um verdadeiro processo de engorda e abate. No início, a B. sacchari recebe uma alimentação balanceada para que possa multiplicar-se rapidamente.
Depois, a colônia é superalimentada com açúcar para as bactérias engordarem, chegando a acumular 80% de sua massa na forma de grânulos de PHB. Por último, um solvente é usado para destruir a parede celular da bactéria e extrair o polímero. O produto final é um granulado de plástico biodegradável que, depois de receber aditivos e ser compactado na forma de pastilhas, é comercializado para a indústria.
Surpresa - A B. sacchari foi descoberta em um canavial de Piracicaba em 1994, mas só no início deste ano os cientistas descobriram que se tratava de uma espécie nova. O trabalho será publicado na revista científica International Journal of Systematic and Evolutinary Microbiology.
A partir daí, a bactéria seria reconhecida oficialmente como uma nova espécie.
Inicialmente, os pesquisadores identificaram 300 espécies de bactéria que se alimentam de sacarose. Apenas 70, no entanto, eram capazes de produzir o PHB. Dessas, os cientistas do IPT selecionaram as duas mais promissoras e, finalmente, chegaram à B. sacchari. "Enviamos amostras para laboratórios na Alemanha e na Bélgica, mas não bateram com nenhuma das espécies conhecidas", conta a pesquisadora Luiziana Ferreira da Silva, do IPT.
A grande expectativa dos cientistas agora é ver o plástico biodegradável ganhar espaço no mercado mundial. "São poucas as tecnologias de ponta sobre as quais conseguimos ter algum controle no Brasil", diz a pesquisadora Marilda Keico Taciro, também do IPT. "Temos uma oportunidade muito rara de estar competindo com o meio científico internacional."
Mutante - Mesmo antes da descoberta da nova bactéria ser publicada em uma revista científica, os cientistas do IPT já criaram uma versão mutante da B. sacchari que poderá produzir PHB em quantidades maiores e em formato mais flexível e mais resistente. "Deletamos geneticamente uma via metabólica para que quase toda a sacarose seja usada na produção do polímero", explica Luiziana, que já requisitou uma patente para a bactéria mutante.
Fonte: Herton Escobar / Jornal O Estado de São Paulo
A lavoura da cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar se desenvolve formando touceiras, constituídas por partes aéreas (colmos e folhas) e outras partes subterrâneas (rizona e raízes). As variedades são escolhidas pela produtividade, resistência a doenças e pragas, teor de sacarose, facilidade de brotação, exigência do solo e período útil de industrialização.
Para que possa fornecer matéria-prima para a destilaria durante toda a safra, que dura em torno de seis meses, é necessário que a lavoura de cana-de-açúcar tenha variedades precoces, médias e tardias; isto quer dizer, variedades em que a maturação da cana ocorra no início, meio e fim da safra.
A cana se desenvolve melhor em solos profundos, argilosos de boa fertilidade, com alta capacidade de retenção de água, não sujeitos a encharcamento, com ph entre 6.0 e 6.5. Normalmente no preparo do solo para o plantio há necessidade de se fazer uma calagem para que o ph atinja estes valores, e uma adubação baseada na análise do solo e nas exigências nutricionais da cultura.
Depois da terra arada e gradeada, é feito o sulco de plantio com espaçamento de 1 a 1,35 metro entre as linhas. No sulcamento o solo é adubado simultaneamente. No fundo do sulco são depositados os colmos cortados normalmente e recobertos com terra. As gemas vegetativas que se localizam nos "nós" dos colmos darão origem a uma nova planta.
A cana-de-açúcar, uma vez plantada, permanecerá produzindo durante quatro ou cinco anos consecutivamente, quando então a produtividade diminui muito e é feita a reforma do canavial. A cana-de-açúcar de primeiro é chamada de "cana planta", a de segundo corte "cana soca" e de terceiro corte em diante "ressoca". O plantio efetuado no período de fevereiro a maio produz a cana-de-açúcar de "ano e meio" e o efetuado no período de outubro a dezembro, a "cana de ano".
Na colheita manual o canavial é queimado para eliminar a palha (folhas secas) e assim facilitar o corte, aumentando o rendimento das moendas na indústria. Depois de cortada e despontada, a cana é depositada em montes que abrange sete linhas.
Estes montes serão colocados em caminhões e carretas por uma carregadeira, os quais são transportados à indústria. A cana-de-açúcar deverá ser moída dentro de 72 horas, após o corte. Se este prazo não for respeitado, existe a infestação de fungos e bactérias prejudiciais à fermentação do caldo, que será muito alto, e parte da sacarose estará perdida pela respiração do colmo.
Fonte: UDOP
Para que possa fornecer matéria-prima para a destilaria durante toda a safra, que dura em torno de seis meses, é necessário que a lavoura de cana-de-açúcar tenha variedades precoces, médias e tardias; isto quer dizer, variedades em que a maturação da cana ocorra no início, meio e fim da safra.
A cana se desenvolve melhor em solos profundos, argilosos de boa fertilidade, com alta capacidade de retenção de água, não sujeitos a encharcamento, com ph entre 6.0 e 6.5. Normalmente no preparo do solo para o plantio há necessidade de se fazer uma calagem para que o ph atinja estes valores, e uma adubação baseada na análise do solo e nas exigências nutricionais da cultura.
Depois da terra arada e gradeada, é feito o sulco de plantio com espaçamento de 1 a 1,35 metro entre as linhas. No sulcamento o solo é adubado simultaneamente. No fundo do sulco são depositados os colmos cortados normalmente e recobertos com terra. As gemas vegetativas que se localizam nos "nós" dos colmos darão origem a uma nova planta.
A cana-de-açúcar, uma vez plantada, permanecerá produzindo durante quatro ou cinco anos consecutivamente, quando então a produtividade diminui muito e é feita a reforma do canavial. A cana-de-açúcar de primeiro é chamada de "cana planta", a de segundo corte "cana soca" e de terceiro corte em diante "ressoca". O plantio efetuado no período de fevereiro a maio produz a cana-de-açúcar de "ano e meio" e o efetuado no período de outubro a dezembro, a "cana de ano".
Na colheita manual o canavial é queimado para eliminar a palha (folhas secas) e assim facilitar o corte, aumentando o rendimento das moendas na indústria. Depois de cortada e despontada, a cana é depositada em montes que abrange sete linhas.
Estes montes serão colocados em caminhões e carretas por uma carregadeira, os quais são transportados à indústria. A cana-de-açúcar deverá ser moída dentro de 72 horas, após o corte. Se este prazo não for respeitado, existe a infestação de fungos e bactérias prejudiciais à fermentação do caldo, que será muito alto, e parte da sacarose estará perdida pela respiração do colmo.
Fonte: UDOP
A História da Cana-de-açúcar - Da Antiguidade aos Dias Atuais
A cana-de-açúcar é, talvez, o único produto de origem agrícola destinado à alimentação que ao longo dos séculos foi alvo de disputas e conquistas, mobilizando homens e nações. A planta que dá origem ao produto encontrou lugar ideal no Brasil. Durante o Império, o país dependeu basicamente do cultivo da cana e da exportação do açúcar. Calcula-se que naquele período da história, a exportação do açúcar rendeu ao Brasil cinco vezes mais que as divisas proporcionadas por todos os outros produtos agrícolas destinados ao mercado externo.
ANTIGUIDADE - Foi na Nova Guiné que o homem teve o primeiro contato com a cana-de-açúcar. De lá, a planta foi para a Índia. No "Atharvaveda", o livro dos Vedas, há um trecho curioso: "Esta planta brotou do mel; com mel a arrancamos; nasceu a doçura.....Eu te enlaço com uma grinalda de cana-de-açúcar, para que me não sejas esquiva, para que te enamores de mim, para que não me sejas infiel". A palavra "açúcar" é derivado de "shakkar" ou açúcar em sânscrito, antiga língua da Índia.
DESCOBERTA DO OCIDENTE - Desconhecida no Ocidente, a cana-de-açúcar foi observada por alguns generais de Alexandre, o Grande, em 327 a.C e mais tarde, no século XI, durante as Cruzadas. Os árabes introduziram seu cultivo no Egito no século X e pelo Mar Mediterrâneo, em Chipre, na Sicília e na Espanha. Credita-se aos egípcios o desenvolvimento do processo de clarificação do caldo da cana e um açúcar de alta qualidade para a época.
O açúcar era consumido por reis e nobres na Europa, que a adquiriam de mercadores monopolistas, que mantinham relações comerciais com o Oriente, a fonte de abastecimento do produto. Por ser fonte de energia para o organismo, os médicos forneciam açúcar em grãos para a recuperação ou alívio dos moribundos. No início do século XIV, há registros de comercialização de açúcar por quantias que hoje seriam equivalentes R$ 200,00/kg. Por isso, quantidades de açúcar eram registradas em testamento por reis e nobres.
NO RENASCIMENTO - A Europa rumava para uma nova fase histórica, o Renascimento, com a ascensão do comércio, entre outras atividades. O comércio era feito por vias marítimas, pois os senhores feudais cobravam altos tributos pelos comboios que passavam pelas suas terras ou, simplesmente, incentivavam o saque de mercadorias. Portugal, por sua posição geográfica, era passagem obrigatória para as naus carregadas de mercadorias. Isso estimulou a introdução da cana-de-açúcar na Ilha da Madeira (Portugal), que foi o laboratório para a cultura de cana e de produção de açúcar que mais tarde se expandiria com a descoberta da América.
CHEGADA AO BRASIL - Cristóvão Colombo, genro de um grande produtor de açúcar na Ilha Madeira, introduziu o plantio da cana na América, em sua segunda viagem ao continente, em 1493, onde hoje é a República Dominicana. Quando os espanhóis descobriram o ouro e a prata das civilizações Azetca e Inca, no início do século XVI, o cultivo da cana e a produção de açúcar foram esquecidos.
Oficialmente, foi Martim Affonso de Souza que em 1532 trouxe a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente. Lá, ele próprio construiu o primeiro engenho de açúcar. Mas foi no Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram.
MONOPÓLIO BRASILEIRO - Depois de várias dificuldades, após 50 anos, o Brasil passou a monopolizar a produção mundial açúcar. Portugal e Holanda, que comercializavam o produto, tinham uma elevada lucratividade. A Europa enriquecida pelo ouro e prata do Novo Mundo passou a ser grande consumidora de açúcar. As regiões produtoras, especialmente as cidades de Salvador e Olinda prosperaram rapidamente. As refinarias se multiplicavam na Europa, a ponto de Portugal proibir novas centrais de refino em 1559 devido ao grande consumo de lenha e insumos para a clarificação do caldo (clara de ovos, sangue de boi, ossos e gordura de galinha).
No ano de 1578 Portugal foi anexado pela Espanha. O rei espanhol, Felipe II, católico fervoroso, se opunha duramente à Holanda e Inglaterra, países protestantes. O comércio da Holanda entrou em colapso e em 1630 os holandeses invadiram o Brasil permanecendo em Pernambuco até 1654, quando foram expulsos. Para diminuir a dependência do açúcar brasileiro, os holandeses iniciaram a produção açucareira no Caribe e mais tarde os próprios ingleses e franceses fizeram o mesmo em suas colônias, acabando com o monopólio do açúcar brasileiro.
A descoberta do ouro no final do século XVII nas Minas Gerais retirou do açúcar o primeiro lugar na geração de riquezas, cuja produção se retraiu até o final do século XIX. Mesmo assim, no período do Brasil Império de (1500-1822) a renda obtida pelo comércio do açúcar atingiu quase duas vezes à do ouro e quase cinco vezes à de todos os outros produtos agrícolas juntos, tais como café, algodão, madeiras, etc.
AUMENTA A CONCORRÊNCIA - A partir do início do século XVIII a produção nas ilhas do Caribe e nas Antilhas cresceu e o Brasil perdeu posições na produção mundial de açúcar. Inglaterra e França disputavam em suas colônias os primeiros lugares na produção. A Inglaterra já era uma grande potência naval. Os holandeses perderam pontos estratégicos no comércio de açúcar. O Haiti, colônia francesa no Caribe, era o maior produtor mundial.
As 13 colônias americanas, que mais tarde deram origem aos EUA, lutavam com dificuldade, apesar de um comércio crescente com as colônias produtoras de açúcar no Caribe e nas Antilhas. Em contrapartida compravam melaço, matéria-prima para o rum, que forneciam à marinha inglesa. Esse comércio era ignorado pelos ingleses e concorreu para o fortalecimento econômico das colônias americanas. Estes fatores foram decisivos não só para a independência das 13 colônias, mas também para o surgimento da grande nação da América do Norte.
Os ingleses tomaram Cuba dos espanhóis em 1760, dobraram o número de escravos e fizeram da ilha um dos maiores produtores mundiais de açúcar. Em 1791, uma revolução de escravos no Haiti aniquilou completamente sua produção de açúcar e os franceses expulsos foram para a Louisiana, dando início à indústria açucareira norte-americana. O Brasil não estava no centro dos acontecimentos mas continuava entre os cinco maiores produtores.
AÇÚCAR DE BETERRABA - No início do século XIX, Napoleão dominava a Europa. Seus inimigos, os ingleses, promoveram o bloqueio continental em 1806, graças ao seu maior poder naval. Impedido de receber o açúcar de suas colônias ou de outros lugares além-mar, Napoleão incentivou a produção de açúcar a partir da beterraba, graças à técnica desenvolvida por Andrés Marggraf, químico prussiano, em 1747.
Assim, finalmente, a Europa não dependeria mais da importação de açúcar de outros continentes. Por outro lado, em plena revolução industrial, o uso de novas máquinas, técnicas e equipamentos possibilitaram às novas indústrias tanto de beterraba, como de cana, um novo patamar tecnológico de produção e eficiência, impossível de ser atingido pelos engenhos tradicionais.
Aliado a esses fatores, o fim da escravatura sepultava definitivamente o modelo de produção de quatro séculos. Enquanto as modernas fábricas se multiplicavam e novas regiões produtoras surgiam, como a África do Sul, Ilhas Maurício e Reunião, Austrália e em colônias inglesas, francesas ou holandesas, no Brasil os engenhos tradicionais persistiam, ainda que agonizantes. Somente na metade do século XIX é que medidas para reverter essa situação começaram a ser tomadas.
NOVAS TECNOLOGIAS - O imperador do Brasil, D. Pedro II, era um entusiasta das novas tecnologias e em 1857 foi elaborado um programa de modernização da produção de açúcar. Assim surgiram os Engenhos Centrais, que deveriam somente moer a cana e processar o açúcar, ficando o cultivo por conta dos fornecedores. Nessa época, Cuba liderava a produção mundial de açúcar de cana com 25% do total e o açúcar de beterraba produzido no Europa e EUA significava 36% da produção mundial. O Brasil contribuía com apenas 5% de um total de 2.640.000 toneladas em 1874.
Foram aprovados 87 Engenhos Centrais, mas só 12 foram implantados. O primeiro deles, Quissamã, na região de Campos, entrou em operação em 1877 e está em atividade até hoje. Mas a maioria não teve a mesma sorte. O desconhecimento dos novos equipamentos, a falta de interesse dos fornecedores, que preferiam produzir aguardente ou mesmo açúcar pelos velhos métodos, e outras dificuldades contribuíram para a derrocada dos Engenhos Centrais.
Os próprios fornecedores dos equipamentos acabaram por adquiri-los e montar suas indústrias de processamento de açúcar. A maioria das novas indústrias estava no Nordeste e em São Paulo e passaram a ser chamadas de "usinas de açúcar". Apesar da novidade, o açúcar derivado da cana não fazia frente ao de beterraba (em 1900 ultrapassava mais de 50% da produção mundial).
A 1ª Grande Guerra, iniciada em 1914, devastou a indústria de açúcar européia. Esse fato provocou um aumento do preço do produto no mercado mundial e incentivou a construção de novas usinas no Brasil, notadamente em São Paulo, onde muitos fazendeiros de café desejavam diversificar seu perfil de produção.
IMIGRANTES ITALIANOS - No final do século XIX, o Brasil vivia a euforia do café (70% da produção mundial estavam aqui). Após a abolição da escravatura, o governo brasileiro incentivou a vinda de europeus para suprir a mão-de-obra necessária às fazendas de café, no interior paulista. Os imigrantes, de maioria italiana, adquiriram terra e grande parte optou pela produção de aguardente a partir da cana. Inúmeros engenhos se concentraram nas regiões de Campinas, Itu, Moji-Guaçu e Piracicaba. Mais ao norte do estado, nas vizinhanças de Ribeirão Preto, novos engenhos também se formaram.
Na virada do século, com terras menos adequadas ao café, Piracicaba, cuja região possuía três dos maiores Engenhos Centrais do estado e usinas de porte, rapidamente se tornou o maior centro produtor de açúcar de São Paulo. A partir da década de 10, impulsionados pelo crescimento da economia paulista, os engenhos de aguardente foram rapidamente se transformando em usinas de açúcar, dando origem aos grupos produtores mais tradicionais do estado na atualidade.
Foi nessa época, 1910, que Pedro Morganti, os irmãos Carbone e outros pequenos refinadores formaram a Cia. União dos Refinadores, uma das primeiras refinarias de grande porte do Brasil. Em 1920, um imigrante italiano com experiência em usinas de açúcar, fundou em Piracicaba uma oficina mecânica que logo depois se transformaria na primeira fábrica de equipamentos para a produção de açúcar no Brasil. Esse pioneiro era Mario Dedini.
CRIAÇÃO DO IAA - Essa expansão da produção também ocorria no Nordeste, concentrada em Pernambuco e Alagoas. As usinas nordestinas eram responsáveis por toda a exportação brasileira e ainda complementavam a demanda dos estados do sul. A produção do Nordeste somada à de Campos, no norte fluminense, e a rápida expansão das usinas paulistas acenavam para um risco eminente: a superprodução. Para controlar a produção surgiu o IAA (Instituto do Açúcar e Álcool), criado pelo governo Vargas em 1933. O IAA adotou o regime de cotas, que atribuía a cada usina uma quantidade de cana a ser moída, a produção de açúcar e também a de álcool. A aquisição de novos equipamentos ou a modificação dos existentes também precisavam de autorização do IAA.
Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, com o risco representado pelos submarinos alemães à navegação na costa brasileira, as usinas paulistas reivindicaram o aumento da produção para que não houvesse o desabastecimento dos Estados do sul. A solicitação foi aceita e nos dez anos subseqüentes os paulistas multiplicaram por quase seis vezes sua produção. No início da década de 50, São Paulo ultrapassou a produção do Nordeste, quebrando uma hegemonia de mais de 400 anos.
MODERNIZAÇÃO ACELERADA - Desde a 2ª Guerra Mundial, os esforços da indústria açucareira brasileira se concentraram na multiplicação da capacidade produtiva. As constantes alterações na cotação do açúcar no mercado internacional e os equipamentos obsoletos forçaram uma mudança de atitude para a manutenção da rentabilidade. Coube à Copersucar - cooperativa formada em 1959 por mais de uma centena de produtores paulistas para a defesa de seus preços de comercialização - a iniciativa de buscar novas tecnologias para o setor. A indústria açucareira da Austrália e a África do Sul representavam o modelo de modernidade desejada. Do país africano vieram vários equipamentos modernos.
Na agricultura, a busca por novas variedades de cana mais produtivas e mais resistentes às pragas e doenças, iniciada em 1926, por ocasião da infestação dos canaviais pelo mosaico, foi também intensificada e teve início o controle biológico de pragas. Entidades como Copersucar, o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e o IAA-Planalçucar foram responsáveis por esses avanços. Esse período de renovação culminou com a elevação dos preços do açúcar no mercado internacional que atingiram a marca histórica de mais de US$ 1000.00 a tonelada.
Com os recursos decorrentes desse aumento de preço foi criado pelo IAA o Funproçucar que financiou em 1973 a modernização das indústrias e a maioria das usinas foi totalmente remodelada. Esses fatos foram de importância fundamental para o próprio Brasil enfrentar as crises do petróleo que se seguiram a partir de 1973, através do Proálcool. Esse programa de incentivo à produção e uso do álcool como combustível em substituição à gasolina, criado em 1975, alavancou o desenvolvimento de novas regiões produtoras como o Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em menos de cinco anos a produção de pouco mais de 300 milhões de litros ultrapassou a cifra de 11 bilhões de litros, caracterizando o Proálcool como o maior programa de energia renovável já estabelecido em termos mundiais, economizando mais de US$ 30 bilhões em divisas.
NOVOS DESAFIOS - No final da década de 70, apareceram os adoçantes sintéticos, com amplas campanhas publicitárias, para concorrer com o açúcar. Paralelamente nos EUA, o principal mercado consumidor de açúcar, desenvolveu-se a produção de xaropes de frutose, obtidos a partir do milho, para uso industrial, substituindo o açúcar em alimentos e refrigerantes. No início da década de 80, o xarope de frutose ocupou mais de 50% do mercado que originalmente era do açúcar. Nos dias de hoje, praticamente 70% do milho produzido nos EUA, que também é o maior produtor mundial desse cereal, é destinado à produção de xarope de frutose e álcool combustível, elevando os EUA à condição de segundo maior produtor mundial de álcool (7 bilhões de litros). Esses novos produtos, suas campanhas e o pequeno incremento na demanda mundial, derrubaram o preço do açúcar a patamares poucas vezes igualado na história recente.
As usinas brasileiras se beneficiaram porque possuíam o álcool como salvaguarda. Apesar das dificuldades, da globalização, da rápida mudança de paradigmas a que está submetida, a indústria açucareira brasileira continua em expansão. Sua produção no final do milênio chegou a 300.000.000 de toneladas de cana moída/ano em pouco mais de 300 unidades produtoras; 17 milhões de toneladas de açúcar e 13 bilhões de litros de álcool. A procura por diferenciação e produtos com maior valor agregado é constante. Novos sistemas de administração e participação no mercado são rapidamente incorporados. O setor não mais se acomoda à resignação do passado e busca novas alternativas, como a co-geração de energia elétrica.
Fonte: http://udop.com.br/index.php?item=noticias&cod=993
ANTIGUIDADE - Foi na Nova Guiné que o homem teve o primeiro contato com a cana-de-açúcar. De lá, a planta foi para a Índia. No "Atharvaveda", o livro dos Vedas, há um trecho curioso: "Esta planta brotou do mel; com mel a arrancamos; nasceu a doçura.....Eu te enlaço com uma grinalda de cana-de-açúcar, para que me não sejas esquiva, para que te enamores de mim, para que não me sejas infiel". A palavra "açúcar" é derivado de "shakkar" ou açúcar em sânscrito, antiga língua da Índia.
DESCOBERTA DO OCIDENTE - Desconhecida no Ocidente, a cana-de-açúcar foi observada por alguns generais de Alexandre, o Grande, em 327 a.C e mais tarde, no século XI, durante as Cruzadas. Os árabes introduziram seu cultivo no Egito no século X e pelo Mar Mediterrâneo, em Chipre, na Sicília e na Espanha. Credita-se aos egípcios o desenvolvimento do processo de clarificação do caldo da cana e um açúcar de alta qualidade para a época.
O açúcar era consumido por reis e nobres na Europa, que a adquiriam de mercadores monopolistas, que mantinham relações comerciais com o Oriente, a fonte de abastecimento do produto. Por ser fonte de energia para o organismo, os médicos forneciam açúcar em grãos para a recuperação ou alívio dos moribundos. No início do século XIV, há registros de comercialização de açúcar por quantias que hoje seriam equivalentes R$ 200,00/kg. Por isso, quantidades de açúcar eram registradas em testamento por reis e nobres.
NO RENASCIMENTO - A Europa rumava para uma nova fase histórica, o Renascimento, com a ascensão do comércio, entre outras atividades. O comércio era feito por vias marítimas, pois os senhores feudais cobravam altos tributos pelos comboios que passavam pelas suas terras ou, simplesmente, incentivavam o saque de mercadorias. Portugal, por sua posição geográfica, era passagem obrigatória para as naus carregadas de mercadorias. Isso estimulou a introdução da cana-de-açúcar na Ilha da Madeira (Portugal), que foi o laboratório para a cultura de cana e de produção de açúcar que mais tarde se expandiria com a descoberta da América.
CHEGADA AO BRASIL - Cristóvão Colombo, genro de um grande produtor de açúcar na Ilha Madeira, introduziu o plantio da cana na América, em sua segunda viagem ao continente, em 1493, onde hoje é a República Dominicana. Quando os espanhóis descobriram o ouro e a prata das civilizações Azetca e Inca, no início do século XVI, o cultivo da cana e a produção de açúcar foram esquecidos.
Oficialmente, foi Martim Affonso de Souza que em 1532 trouxe a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente. Lá, ele próprio construiu o primeiro engenho de açúcar. Mas foi no Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram.
MONOPÓLIO BRASILEIRO - Depois de várias dificuldades, após 50 anos, o Brasil passou a monopolizar a produção mundial açúcar. Portugal e Holanda, que comercializavam o produto, tinham uma elevada lucratividade. A Europa enriquecida pelo ouro e prata do Novo Mundo passou a ser grande consumidora de açúcar. As regiões produtoras, especialmente as cidades de Salvador e Olinda prosperaram rapidamente. As refinarias se multiplicavam na Europa, a ponto de Portugal proibir novas centrais de refino em 1559 devido ao grande consumo de lenha e insumos para a clarificação do caldo (clara de ovos, sangue de boi, ossos e gordura de galinha).
No ano de 1578 Portugal foi anexado pela Espanha. O rei espanhol, Felipe II, católico fervoroso, se opunha duramente à Holanda e Inglaterra, países protestantes. O comércio da Holanda entrou em colapso e em 1630 os holandeses invadiram o Brasil permanecendo em Pernambuco até 1654, quando foram expulsos. Para diminuir a dependência do açúcar brasileiro, os holandeses iniciaram a produção açucareira no Caribe e mais tarde os próprios ingleses e franceses fizeram o mesmo em suas colônias, acabando com o monopólio do açúcar brasileiro.
A descoberta do ouro no final do século XVII nas Minas Gerais retirou do açúcar o primeiro lugar na geração de riquezas, cuja produção se retraiu até o final do século XIX. Mesmo assim, no período do Brasil Império de (1500-1822) a renda obtida pelo comércio do açúcar atingiu quase duas vezes à do ouro e quase cinco vezes à de todos os outros produtos agrícolas juntos, tais como café, algodão, madeiras, etc.
AUMENTA A CONCORRÊNCIA - A partir do início do século XVIII a produção nas ilhas do Caribe e nas Antilhas cresceu e o Brasil perdeu posições na produção mundial de açúcar. Inglaterra e França disputavam em suas colônias os primeiros lugares na produção. A Inglaterra já era uma grande potência naval. Os holandeses perderam pontos estratégicos no comércio de açúcar. O Haiti, colônia francesa no Caribe, era o maior produtor mundial.
As 13 colônias americanas, que mais tarde deram origem aos EUA, lutavam com dificuldade, apesar de um comércio crescente com as colônias produtoras de açúcar no Caribe e nas Antilhas. Em contrapartida compravam melaço, matéria-prima para o rum, que forneciam à marinha inglesa. Esse comércio era ignorado pelos ingleses e concorreu para o fortalecimento econômico das colônias americanas. Estes fatores foram decisivos não só para a independência das 13 colônias, mas também para o surgimento da grande nação da América do Norte.
Os ingleses tomaram Cuba dos espanhóis em 1760, dobraram o número de escravos e fizeram da ilha um dos maiores produtores mundiais de açúcar. Em 1791, uma revolução de escravos no Haiti aniquilou completamente sua produção de açúcar e os franceses expulsos foram para a Louisiana, dando início à indústria açucareira norte-americana. O Brasil não estava no centro dos acontecimentos mas continuava entre os cinco maiores produtores.
AÇÚCAR DE BETERRABA - No início do século XIX, Napoleão dominava a Europa. Seus inimigos, os ingleses, promoveram o bloqueio continental em 1806, graças ao seu maior poder naval. Impedido de receber o açúcar de suas colônias ou de outros lugares além-mar, Napoleão incentivou a produção de açúcar a partir da beterraba, graças à técnica desenvolvida por Andrés Marggraf, químico prussiano, em 1747.
Assim, finalmente, a Europa não dependeria mais da importação de açúcar de outros continentes. Por outro lado, em plena revolução industrial, o uso de novas máquinas, técnicas e equipamentos possibilitaram às novas indústrias tanto de beterraba, como de cana, um novo patamar tecnológico de produção e eficiência, impossível de ser atingido pelos engenhos tradicionais.
Aliado a esses fatores, o fim da escravatura sepultava definitivamente o modelo de produção de quatro séculos. Enquanto as modernas fábricas se multiplicavam e novas regiões produtoras surgiam, como a África do Sul, Ilhas Maurício e Reunião, Austrália e em colônias inglesas, francesas ou holandesas, no Brasil os engenhos tradicionais persistiam, ainda que agonizantes. Somente na metade do século XIX é que medidas para reverter essa situação começaram a ser tomadas.
NOVAS TECNOLOGIAS - O imperador do Brasil, D. Pedro II, era um entusiasta das novas tecnologias e em 1857 foi elaborado um programa de modernização da produção de açúcar. Assim surgiram os Engenhos Centrais, que deveriam somente moer a cana e processar o açúcar, ficando o cultivo por conta dos fornecedores. Nessa época, Cuba liderava a produção mundial de açúcar de cana com 25% do total e o açúcar de beterraba produzido no Europa e EUA significava 36% da produção mundial. O Brasil contribuía com apenas 5% de um total de 2.640.000 toneladas em 1874.
Foram aprovados 87 Engenhos Centrais, mas só 12 foram implantados. O primeiro deles, Quissamã, na região de Campos, entrou em operação em 1877 e está em atividade até hoje. Mas a maioria não teve a mesma sorte. O desconhecimento dos novos equipamentos, a falta de interesse dos fornecedores, que preferiam produzir aguardente ou mesmo açúcar pelos velhos métodos, e outras dificuldades contribuíram para a derrocada dos Engenhos Centrais.
Os próprios fornecedores dos equipamentos acabaram por adquiri-los e montar suas indústrias de processamento de açúcar. A maioria das novas indústrias estava no Nordeste e em São Paulo e passaram a ser chamadas de "usinas de açúcar". Apesar da novidade, o açúcar derivado da cana não fazia frente ao de beterraba (em 1900 ultrapassava mais de 50% da produção mundial).
A 1ª Grande Guerra, iniciada em 1914, devastou a indústria de açúcar européia. Esse fato provocou um aumento do preço do produto no mercado mundial e incentivou a construção de novas usinas no Brasil, notadamente em São Paulo, onde muitos fazendeiros de café desejavam diversificar seu perfil de produção.
IMIGRANTES ITALIANOS - No final do século XIX, o Brasil vivia a euforia do café (70% da produção mundial estavam aqui). Após a abolição da escravatura, o governo brasileiro incentivou a vinda de europeus para suprir a mão-de-obra necessária às fazendas de café, no interior paulista. Os imigrantes, de maioria italiana, adquiriram terra e grande parte optou pela produção de aguardente a partir da cana. Inúmeros engenhos se concentraram nas regiões de Campinas, Itu, Moji-Guaçu e Piracicaba. Mais ao norte do estado, nas vizinhanças de Ribeirão Preto, novos engenhos também se formaram.
Na virada do século, com terras menos adequadas ao café, Piracicaba, cuja região possuía três dos maiores Engenhos Centrais do estado e usinas de porte, rapidamente se tornou o maior centro produtor de açúcar de São Paulo. A partir da década de 10, impulsionados pelo crescimento da economia paulista, os engenhos de aguardente foram rapidamente se transformando em usinas de açúcar, dando origem aos grupos produtores mais tradicionais do estado na atualidade.
Foi nessa época, 1910, que Pedro Morganti, os irmãos Carbone e outros pequenos refinadores formaram a Cia. União dos Refinadores, uma das primeiras refinarias de grande porte do Brasil. Em 1920, um imigrante italiano com experiência em usinas de açúcar, fundou em Piracicaba uma oficina mecânica que logo depois se transformaria na primeira fábrica de equipamentos para a produção de açúcar no Brasil. Esse pioneiro era Mario Dedini.
CRIAÇÃO DO IAA - Essa expansão da produção também ocorria no Nordeste, concentrada em Pernambuco e Alagoas. As usinas nordestinas eram responsáveis por toda a exportação brasileira e ainda complementavam a demanda dos estados do sul. A produção do Nordeste somada à de Campos, no norte fluminense, e a rápida expansão das usinas paulistas acenavam para um risco eminente: a superprodução. Para controlar a produção surgiu o IAA (Instituto do Açúcar e Álcool), criado pelo governo Vargas em 1933. O IAA adotou o regime de cotas, que atribuía a cada usina uma quantidade de cana a ser moída, a produção de açúcar e também a de álcool. A aquisição de novos equipamentos ou a modificação dos existentes também precisavam de autorização do IAA.
Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, com o risco representado pelos submarinos alemães à navegação na costa brasileira, as usinas paulistas reivindicaram o aumento da produção para que não houvesse o desabastecimento dos Estados do sul. A solicitação foi aceita e nos dez anos subseqüentes os paulistas multiplicaram por quase seis vezes sua produção. No início da década de 50, São Paulo ultrapassou a produção do Nordeste, quebrando uma hegemonia de mais de 400 anos.
MODERNIZAÇÃO ACELERADA - Desde a 2ª Guerra Mundial, os esforços da indústria açucareira brasileira se concentraram na multiplicação da capacidade produtiva. As constantes alterações na cotação do açúcar no mercado internacional e os equipamentos obsoletos forçaram uma mudança de atitude para a manutenção da rentabilidade. Coube à Copersucar - cooperativa formada em 1959 por mais de uma centena de produtores paulistas para a defesa de seus preços de comercialização - a iniciativa de buscar novas tecnologias para o setor. A indústria açucareira da Austrália e a África do Sul representavam o modelo de modernidade desejada. Do país africano vieram vários equipamentos modernos.
Na agricultura, a busca por novas variedades de cana mais produtivas e mais resistentes às pragas e doenças, iniciada em 1926, por ocasião da infestação dos canaviais pelo mosaico, foi também intensificada e teve início o controle biológico de pragas. Entidades como Copersucar, o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e o IAA-Planalçucar foram responsáveis por esses avanços. Esse período de renovação culminou com a elevação dos preços do açúcar no mercado internacional que atingiram a marca histórica de mais de US$ 1000.00 a tonelada.
Com os recursos decorrentes desse aumento de preço foi criado pelo IAA o Funproçucar que financiou em 1973 a modernização das indústrias e a maioria das usinas foi totalmente remodelada. Esses fatos foram de importância fundamental para o próprio Brasil enfrentar as crises do petróleo que se seguiram a partir de 1973, através do Proálcool. Esse programa de incentivo à produção e uso do álcool como combustível em substituição à gasolina, criado em 1975, alavancou o desenvolvimento de novas regiões produtoras como o Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em menos de cinco anos a produção de pouco mais de 300 milhões de litros ultrapassou a cifra de 11 bilhões de litros, caracterizando o Proálcool como o maior programa de energia renovável já estabelecido em termos mundiais, economizando mais de US$ 30 bilhões em divisas.
NOVOS DESAFIOS - No final da década de 70, apareceram os adoçantes sintéticos, com amplas campanhas publicitárias, para concorrer com o açúcar. Paralelamente nos EUA, o principal mercado consumidor de açúcar, desenvolveu-se a produção de xaropes de frutose, obtidos a partir do milho, para uso industrial, substituindo o açúcar em alimentos e refrigerantes. No início da década de 80, o xarope de frutose ocupou mais de 50% do mercado que originalmente era do açúcar. Nos dias de hoje, praticamente 70% do milho produzido nos EUA, que também é o maior produtor mundial desse cereal, é destinado à produção de xarope de frutose e álcool combustível, elevando os EUA à condição de segundo maior produtor mundial de álcool (7 bilhões de litros). Esses novos produtos, suas campanhas e o pequeno incremento na demanda mundial, derrubaram o preço do açúcar a patamares poucas vezes igualado na história recente.
As usinas brasileiras se beneficiaram porque possuíam o álcool como salvaguarda. Apesar das dificuldades, da globalização, da rápida mudança de paradigmas a que está submetida, a indústria açucareira brasileira continua em expansão. Sua produção no final do milênio chegou a 300.000.000 de toneladas de cana moída/ano em pouco mais de 300 unidades produtoras; 17 milhões de toneladas de açúcar e 13 bilhões de litros de álcool. A procura por diferenciação e produtos com maior valor agregado é constante. Novos sistemas de administração e participação no mercado são rapidamente incorporados. O setor não mais se acomoda à resignação do passado e busca novas alternativas, como a co-geração de energia elétrica.
Fonte: http://udop.com.br/index.php?item=noticias&cod=993
Cana-de-açúcar: Linha do tempo
10.000 A.C. - Domesticação do açúcar na Papua Nova Guiné e expansão na Polinésia.
1.000 A.C. - Expansão da cultura na Península Malaia, na Indochina e na Baía de Bengala.
640 - Início da expansão da cultura da cana-de-açúcar no Mediterrâneo.
Séc. IX - Primeira descrição do processo de cultura e fabricação do açúcar na Índia.
1176 - Primeira referência à massara (prensa), em Palermo, Sicília.
Séc. XII - Primeira referência à roda vertical, na China.
1425 - D. Henrique manda buscar na Sicília as primeiras mudas de cana que foram plantadas na Ilha da Madeira.
1480 - Envio das primeiras mudas de cana da ilha da Madeira para as ilhas Canárias, por ordem do governador D. Pedro de Vera.
1490 - Primeira referência ao açúcar em Cabo Verde.
1516 - O rei D. Manuel, de Portugal, promulga o primeiro alvará tratando de promover o plantio da cana, determinando que se encontrasse gente ?prática capaz de dar princípio a um engenho de açúcar no Brasil?. Construção do primeiro engenho em La Española por Gonzalo Eanes Veloza, casado com uma mulher da Ilha da Madeira.
1532 - Martin Afonso de Souza funda o primeiro engenho de açúcar brasileiro, em São Vicente, litoral de São Paulo.
1535 - Jerônimo de Albuquerque funda o primeiro engenho de açúcar no Nordeste, em Pernambuco, chamado de engenho da Nossa Senhora da Ajuda, nas proximidades de Olinda.
1613 - Primeira referência no Brasil ao novo engenho de 3 cilindros.
1650 - Descoberta do trem jamaicano, na ilha de Jamaica.
1751 - Introdução da cana-de-açúcar na Louisiana, então pocessão francesa na América do Norte.
1801 - Primeira fábrica de açúcar de beterraba em Kunern, na Alemanha.
1802 - Imigrantes chineses na ilha Lanai (Hawai) iniciam fabricação de açúcar.
1806 - Início do uso do trem jamaicano no Brasil.
1811 - Bloqueio Continental de Napoleão Bonaparte promove a cultura da beterraba, ao dificultar a entrada de açúcar de cana do Novo Mundo.
1815 - Primeiro engenho a vapor na ilha de Itaparica (Brasil).
1822 - Introdução da máquina a vapor na Louisiana.
1823 - Primeiras experiências de cultivo da cana-de-açúcar em Port Macquarie (Austrália).
1830 - Descoberta da caldeira de vacuum por Norbert Rillius, natural de Nova Orleans.
1837 - Início do uso de cilindros de ferro no Brasil.
1838 - Fabricação de papel a partir do bagaço da cana na ilha de Martinica.
1879 - Descoberta da sacarina e seu comércio em 1901.
1933 - Crise leva à criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), no Brasil.
1939 - 1945 - Japoneses extraem açúcar da batata doce.
1975 - O Brasil aposta na fabricação de álcool como combustível, hoje considerado pouco poluente.
Fonte: Ethanol Brasil
1.000 A.C. - Expansão da cultura na Península Malaia, na Indochina e na Baía de Bengala.
640 - Início da expansão da cultura da cana-de-açúcar no Mediterrâneo.
Séc. IX - Primeira descrição do processo de cultura e fabricação do açúcar na Índia.
1176 - Primeira referência à massara (prensa), em Palermo, Sicília.
Séc. XII - Primeira referência à roda vertical, na China.
1425 - D. Henrique manda buscar na Sicília as primeiras mudas de cana que foram plantadas na Ilha da Madeira.
1480 - Envio das primeiras mudas de cana da ilha da Madeira para as ilhas Canárias, por ordem do governador D. Pedro de Vera.
1490 - Primeira referência ao açúcar em Cabo Verde.
1516 - O rei D. Manuel, de Portugal, promulga o primeiro alvará tratando de promover o plantio da cana, determinando que se encontrasse gente ?prática capaz de dar princípio a um engenho de açúcar no Brasil?. Construção do primeiro engenho em La Española por Gonzalo Eanes Veloza, casado com uma mulher da Ilha da Madeira.
1532 - Martin Afonso de Souza funda o primeiro engenho de açúcar brasileiro, em São Vicente, litoral de São Paulo.
1535 - Jerônimo de Albuquerque funda o primeiro engenho de açúcar no Nordeste, em Pernambuco, chamado de engenho da Nossa Senhora da Ajuda, nas proximidades de Olinda.
1613 - Primeira referência no Brasil ao novo engenho de 3 cilindros.
1650 - Descoberta do trem jamaicano, na ilha de Jamaica.
1751 - Introdução da cana-de-açúcar na Louisiana, então pocessão francesa na América do Norte.
1801 - Primeira fábrica de açúcar de beterraba em Kunern, na Alemanha.
1802 - Imigrantes chineses na ilha Lanai (Hawai) iniciam fabricação de açúcar.
1806 - Início do uso do trem jamaicano no Brasil.
1811 - Bloqueio Continental de Napoleão Bonaparte promove a cultura da beterraba, ao dificultar a entrada de açúcar de cana do Novo Mundo.
1815 - Primeiro engenho a vapor na ilha de Itaparica (Brasil).
1822 - Introdução da máquina a vapor na Louisiana.
1823 - Primeiras experiências de cultivo da cana-de-açúcar em Port Macquarie (Austrália).
1830 - Descoberta da caldeira de vacuum por Norbert Rillius, natural de Nova Orleans.
1837 - Início do uso de cilindros de ferro no Brasil.
1838 - Fabricação de papel a partir do bagaço da cana na ilha de Martinica.
1879 - Descoberta da sacarina e seu comércio em 1901.
1933 - Crise leva à criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), no Brasil.
1939 - 1945 - Japoneses extraem açúcar da batata doce.
1975 - O Brasil aposta na fabricação de álcool como combustível, hoje considerado pouco poluente.
Fonte: Ethanol Brasil
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Vereadores Luís e Tiquinho pedem instalação da FATEC e asfalto da estrada Vigilato José de Castilho
Os vereadores Luís Antonio Alves de Oliveira, o professor Luís e Francisco José Mendes, o Tiquinho (PSDB), entregaram em recente visita ao Secretário do Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, pedido para a viabilização de uma unidade da Faculdade de Tecnologia (FATEC) em Penápolis. A formalização da reivindicação aconteceu na capital paulista e contou também com a participação do presidente do Diretório Municipal do PSDB, empresário Antonio Carlos Altimari.
Professor Luís diz que ainda é muito cedo para afirmar se haverá ou não atendimento do pedido pela nova unidade de ensino superior, mas que um importante passo já foi dado nesse sentido. “Tínhamos o dever moral junto à população de irmos pedir uma unidade da FATEC. Se vamos conseguir ou não, é uma decisão do Governo, mas reiteramos nosso pedido”, considera o vereador.
Alckmin disse aos vereadores de Penápolis que do ponto de vista da necessidade, o mais viável é que a unidade seja criada em Penápolis e que ele estará lutando para isso.
Técnicos: Professor Luís e Tiquinho também discutiram com Alckmin a instalação de novos cursos técnicos no Colégio Agrícola de Penápolis, o que segundo eles existe grande aceitação do governo estadual. O secretário estadual de Desenvolvimento enfatizou que será atendida a demanda de cursos técnicos para capacitação gratuita dos interessados em se qualificar para o mercado de trabalho, principalmente jovens. “ É só requisitar que nosso ex-governador acionará o Centro Paula Souza para viabilizar tais cursos”, afirmam Professor Luís e Tiquinho.
Estradas: Outro pedido que Professor Luís e Tiquinho atuam para viabilização pelo governo estadual consiste na pavimentação asfáltica da estrada do Colégio Agrícola. O trecho, de aproximadamente 10 mil metros, abrange desde as imediações do conjunto habitacional Alphavile até a frente da unidade de ensino. A obra demanda investimentos de cerca de R$ 9 milhões.
Fonte: Câmara Municipal de Penápolis
Professor Luís diz que ainda é muito cedo para afirmar se haverá ou não atendimento do pedido pela nova unidade de ensino superior, mas que um importante passo já foi dado nesse sentido. “Tínhamos o dever moral junto à população de irmos pedir uma unidade da FATEC. Se vamos conseguir ou não, é uma decisão do Governo, mas reiteramos nosso pedido”, considera o vereador.
Alckmin disse aos vereadores de Penápolis que do ponto de vista da necessidade, o mais viável é que a unidade seja criada em Penápolis e que ele estará lutando para isso.
Técnicos: Professor Luís e Tiquinho também discutiram com Alckmin a instalação de novos cursos técnicos no Colégio Agrícola de Penápolis, o que segundo eles existe grande aceitação do governo estadual. O secretário estadual de Desenvolvimento enfatizou que será atendida a demanda de cursos técnicos para capacitação gratuita dos interessados em se qualificar para o mercado de trabalho, principalmente jovens. “ É só requisitar que nosso ex-governador acionará o Centro Paula Souza para viabilizar tais cursos”, afirmam Professor Luís e Tiquinho.
Estradas: Outro pedido que Professor Luís e Tiquinho atuam para viabilização pelo governo estadual consiste na pavimentação asfáltica da estrada do Colégio Agrícola. O trecho, de aproximadamente 10 mil metros, abrange desde as imediações do conjunto habitacional Alphavile até a frente da unidade de ensino. A obra demanda investimentos de cerca de R$ 9 milhões.
Fonte: Câmara Municipal de Penápolis
domingo, 10 de maio de 2009
Quantos Ficaram?
Quem Séra??
terça-feira, 5 de maio de 2009
Usina Campestre inicia safra 2009
A Companhia Açucareira de Penápolis (Usina Campestre) iniciou nesta terça-feira (5) a safra de 2009. Segundo o superintendente da empresa, Paulo Katayama, a previsão de moagem neste ano é atingir 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A produção, tanto de álcool como de açúcar, vai depender do preço, mas a meta da usina é produzir mais açúcar do que no ano passado. Em 2008, a Campestre produziu 141 milhões de litros de álcool e 1,9 milhão de sacas de açúcar. Neste ano, a empresa utilizará cerca de 1.200 cortadores de cana e já contratou cinco máquinas (terceirizadas) para o corte mecanizado da cana crua. Paulo Katayama disse que o objetivo da empresa é pagar pelo menos 50% da dívida com os grandes fornecedores e quitar toda pendência com os pequenos fornecedores. A dívida totaliza aproximadamente 30 milhões de reais. Para a atual safra, a Usina Campestre assumiu o compromisso com os fornecedores de pagar 70% da cana à vista e 30% no dia 10 do mês seguinte. O término da safra está previsto para o dia 20 de dezembro.
Fonte: http://www.regionalplis.com.br/site/jornal_noticia.php?noticia=4939
Fonte: http://www.regionalplis.com.br/site/jornal_noticia.php?noticia=4939
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Agrishow 2009
No dia 29/04/2009, alguns alunos do curso Técnico em Produção de Cana, juntamente, com alunos de outros cursos da ETEC João Jorge Geraissate, visitaram a 16ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto.
A Agrishow 2009 foi a última edição da feira em Ribeirão Preto. No próximo ano (2010), o evento tem nova casa: São Carlos, a 240 km de São Paulo e a 80 km de Ribeirão Preto. Para a realização da feira, a cidade de São Carlos irá receber R$ 53 milhões para investir em infra-estrutura, como rede elétrica e modernização dos acessos à cidade. De acordo com algumas pessoas, a feira deixou um pouco a desejar, agora, é esperar o próximo ano pra conferir!
O brilhante futuro da cana.
Os 2,5 milhões de brasileiros que compraram um carro flex no ano passado sabem que o etanol não é um substituto definitivo para a gasolina, mas é uma alternativa importante e muitas vezes mais barata. O que esses consumidores provavelmente não sabem é que os produtores de cana-de-açúcar têm ambições que vão muito além dos tanques de combustível. Graças a um enorme potencial energético e a uma torrente de inovações, que vão da biotecnologia às caldeiras utilizadas nas usinas, a cana pode ter pela frente um futuro promissor — e muito semelhante ao do petróleo. O açúcar da cana pode ser transformado em vários derivados, assim como o óleo cru dá origem à gasolina, ao querosene e a uma enorme gama de petroquímicos. “As usinas de açúcar e álcool vão virar usinas de garapa e bagaço”, diz Fernando Reinach, diretor executivo da Votorantim Novos Negócios, controladora de empresas de biotecnologia especializadas no melhoramento genético da cana. “De acordo com as condições do mercado, elas vão poder decidir o que fazer com esses produtos básicos.”
Um dos melhores exemplos é o do grupo Santelisa Vale, do interior de São Paulo. A Crystalsev, empresa do grupo, associou-se à Amyris, empresa de biotecnologia da Califórnia, para produzir diesel, gasolina e querosene de aviação à base de caldo da cana. Em vez de passar por uma fermentação tradicional, os organismos geneticamente modificados da Amyris dão origem a produtos que têm as mesmas características dos combustíveis fósseis originais. As leveduras transformam o açúcar em hidrocarbonetos. A nova empresa terá uma produção piloto em Campinas, no interior paulista, que começará a operar em fevereiro. A estimativa é que a primeira safra renda 20 milhões de litros de diesel. Por enquanto, a produção deve ser usada em misturas com o diesel comum. Mas a Amyris pretende fazer parcerias com outras usinas a partir de 2011. “Queremos ser competitivos com o diesel fóssil com o barril de petróleo caindo até 70 dólares”, diz o belga Roel Collier, diretor-geral da Amyris no Brasil.
É justamente a recente alta do preço do petróleo, somada às preocupações ambientais, que ajudou a resgatar uma indústria derivada da cana: a alcoolquímica. Até os anos 60, muitos plásticos eram feitos da planta. Mas com a expansão da exploração do petróleo, a queda do preço e a expansão do setor petroquímico, a alcoolquímica deixou de ser competitiva e perdeu espaço. Hoje, diversas empresas, inclusive as petroquímicas, estão interessadas nos bioplásticos, feitos de fontes renováveis. Em uma unidade piloto no Rio Grande do Sul, a Braskem está produzindo polietileno de etanol. É exatamente o mesmo polietileno feito da nafta petroquímica, usado em potes de iogurte, tanques de combustível e sacolas plásticas. Um dos primeiros clientes já anunciados é a fabricante de brinquedos Estrela, que usa o plástico para fazer peças de jogos como o tradicional Banco Imobiliário.
A maior parte da produção anual de 200 000 toneladas prevista para 2010, porém, deve ser comprada por empresas estrangeiras. “Estamos posicionando esse plástico como produto premium”, diz Luiz Nitschke, responsável pelo projeto de polietileno verde da Braskem. “Ele é feito de fonte renovável e, durante o crescimento, a cana retira gás carbônico da atmosfera.” Há empresas investindo também em plásticos biodegradáveis de cana, como é o caso da PHB Industrial, fabricante de bioplásticos, sediada em Serrana, próximo a Ribeirão Preto. Os plásticos podem ser usados no lugar do polipropileno em canetas, potes de cosméticos, aparelhos eletrônicos e até em peças de automóveis, como painéis e pára-choques. “Em condições normais, esses plásticos duram muito. Mas em contato com bactérias, como em um lixão, eles se desintegram em 180 dias”, diz Sylvio Ortega, diretor executivo da PHB Industrial.
Aceleração tecnológica
Em média, os bioplásticos são 30% mais caros que os plásticos convencionais. Apesar do preço alto, estima-se que eles possam representar 10% do total do mercado brasileiro em 2012. De olho nesse potencial, a belgo-argentina Solvay Indupa assinou um contrato com a cooperativa de produtores de álcool e açúcar Copersucar para o fornecimento do etanol que será usado na fabricação de PVC. Na mesma linha de parcerias, a gigante do setor Dow Chemical buscou a Crystalsev para montar o primeiro pólo alcoolquímico integrado do mundo na região do Triângulo Mineiro, com investimentos estimados em 1,5 bilhão de reais. A produção de cana estará lado a lado com a fábrica de plásticos. O pólo deve começar a operar no ano que vem produzindo etanol e, a partir de 2011, fabricando 350 000 toneladas de polietileno. As parcerias estratégicas da Santelisa Vale são uma reação à mudança da indústria da cana. “O foco do setor sucroalcooleiro está se modificando”, diz Sebastião Henrique Gomes, diretor administrativo da Santelisa Vale. “O que era um negócio de commodities está virando um negócio de energia renovável, em suas diversas formas.”
É na área de energia que as usinas vêm diversificando suas atividades com mais força e há mais tempo. Desde a década de 80, o bagaço da cana é usado para produzir energia elétrica. Esse aproveitamento do resto da produção tem permitido há algum tempo que as usinas sejam auto-suficientes em energia. Mas desde o apagão, em 2001, as usinas começaram a enxergar nessa produção interna de energia elétrica um novo negócio. Para produzir excedente, muitas delas investiram em caldeiras de alta pressão, mais eficientes na queima do bagaço, que custam mais de 30 milhões de reais. Hoje, também estão sendo desenvolvidas técnicas para aproveitar a palha da cana, que tem quantidade de energia igual à do bagaço. O resultado é a emergência de uma nova indústria, que já responde por 3% da matriz de eletricidade do país e pode chegar a 15%, o equivalente ao consumo de um país como a Holanda, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A multiplicidade de produtos que começam a ser explorados com base na cana tem grandes implicações para a indústria sucroalcooleira do país. A primeira é a aceleração dos avanços tecnológicos no setor. Para desenvolver os novos produtos, são necessários conhecimentos de áreas diversas, como genética, biotecnologia, química e engenharia. Cada detalhe na nova cadeia da cana — das leveduras às turbinas — é desenvolvido por diferentes empresas, criando novas indústrias. As perspectivas de ganhos num setor que cresce de 10% a 15% ao ano formam um ambiente propício à inovação. A Allelyx, empresa de biotecnologia controlada pelo grupo Votorantim, tem pesquisas avançadas para desenvolver variedades transgênicas de cana mais produtivas ou capazes de gerar mais açúcar, por exemplo. Há anos fornecendo equipamentos para usinas, a Dedini se especializou em formas de ganhar mais eficiência na produção de etanol. Nesse processo, a empresa criou um novo equipamento, que capta o vapor gerado na fabricação de açúcar e álcool para produzir água. A Dedini também está investindo em tecnologia para a produção de álcool celulósico, que pode ser feito do bagaço de cana e de outras fontes de celulose. “O processo que fizemos de hidrólise rápida é muito mais ágil do que o que é testado em outros países”, diz Sérgio Leme dos Santos, vice-presidente executivo da Dedini. “Mas ainda precisamos torná-lo mais competitivo.”
Outro impacto no setor são as mudanças na área de gestão. Há alguns anos as usinas vêm se profissionalizando, deixando de ser apenas negócios de família. Com a crescente diversificação, novos profissionais estão sendo contratados para atuar nos diferentes setores, de energia, alcoolquímica e os tradicionais etanol e açúcar, que ficaram mais especializados. Faculdades começaram a oferecer cursos de MBA especialmente para o setor, como é o caso da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e da Faap, em São Paulo. “Com o leque de opções mais aberto, as usinas estão tendo de investir em bom planejamento estratégico para definir como será usada sua produção de açúcar e etanol”, diz Sandra Helena da Cruz, professora do departamento de agroindústria, alimentos e nutrição da Esalq. Em níveis mais baixos, a mecanização das lavouras (que será padrão em São Paulo até 2017) e o uso de equipamentos mais sofisticados exigem maior treinamento dos trabalhadores que ficam nos canaviais e nas usinas.
Feitos de açúcar
O novo ciclo da cana traz uma nova realidade para as usinas: a de se tornarem biorrefinarias. É difícil, porém, haver uma reprodução do que ocorre no setor petroquímico, pelo menos no curto prazo. Alguns dos novos produtos, como o diesel de açúcar, podem ser feitos dentro das usinas, pois a estrutura muda pouco. Mas outros, como os de alcoolquímica, devem ser feitos em parceria. “Os empresários podem diversificar um pouco seus investimentos, mas sem perder o foco em açúcar e etanol”, diz José Carlos Toledo, presidente da União dos Produtores de Bioenergia. Se não houver uma revolução nas usinas, certamente haverá no setor. A demanda por produtos que tenham menor impacto no aquecimento global e a necessidade de diminuir a dependência do petróleo fazem com que todos voltem os olhos para alternativas como o açúcar. Os produtos baseados no açúcar podem ser feitos de milho, beterraba e outros alimentos, mas a cana é o mais vantajoso: é a planta mais produtiva, tem o maior potencial energético e o menor custo. “O Brasil tem hoje a experiência mais competitiva do mundo em buscar alternativa ao petróleo”, diz Marcos Jank, presidente da Unica. Reinach, da Votorantim Novos Negócios, faz uma análise ainda mais otimista. “Da mesma forma que Taiwan virou um pólo para a fabricação de semicondutores, fazendo uma política de incentivo a investimentos, o Brasil pode ser o pólo dessa nova indústria ligada à cana”, diz. “As condições para a exploração estão aqui. É uma grande oportunidade.”
Fonte: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0927/negocios/m0167948.html
Um dos melhores exemplos é o do grupo Santelisa Vale, do interior de São Paulo. A Crystalsev, empresa do grupo, associou-se à Amyris, empresa de biotecnologia da Califórnia, para produzir diesel, gasolina e querosene de aviação à base de caldo da cana. Em vez de passar por uma fermentação tradicional, os organismos geneticamente modificados da Amyris dão origem a produtos que têm as mesmas características dos combustíveis fósseis originais. As leveduras transformam o açúcar em hidrocarbonetos. A nova empresa terá uma produção piloto em Campinas, no interior paulista, que começará a operar em fevereiro. A estimativa é que a primeira safra renda 20 milhões de litros de diesel. Por enquanto, a produção deve ser usada em misturas com o diesel comum. Mas a Amyris pretende fazer parcerias com outras usinas a partir de 2011. “Queremos ser competitivos com o diesel fóssil com o barril de petróleo caindo até 70 dólares”, diz o belga Roel Collier, diretor-geral da Amyris no Brasil.
É justamente a recente alta do preço do petróleo, somada às preocupações ambientais, que ajudou a resgatar uma indústria derivada da cana: a alcoolquímica. Até os anos 60, muitos plásticos eram feitos da planta. Mas com a expansão da exploração do petróleo, a queda do preço e a expansão do setor petroquímico, a alcoolquímica deixou de ser competitiva e perdeu espaço. Hoje, diversas empresas, inclusive as petroquímicas, estão interessadas nos bioplásticos, feitos de fontes renováveis. Em uma unidade piloto no Rio Grande do Sul, a Braskem está produzindo polietileno de etanol. É exatamente o mesmo polietileno feito da nafta petroquímica, usado em potes de iogurte, tanques de combustível e sacolas plásticas. Um dos primeiros clientes já anunciados é a fabricante de brinquedos Estrela, que usa o plástico para fazer peças de jogos como o tradicional Banco Imobiliário.
A maior parte da produção anual de 200 000 toneladas prevista para 2010, porém, deve ser comprada por empresas estrangeiras. “Estamos posicionando esse plástico como produto premium”, diz Luiz Nitschke, responsável pelo projeto de polietileno verde da Braskem. “Ele é feito de fonte renovável e, durante o crescimento, a cana retira gás carbônico da atmosfera.” Há empresas investindo também em plásticos biodegradáveis de cana, como é o caso da PHB Industrial, fabricante de bioplásticos, sediada em Serrana, próximo a Ribeirão Preto. Os plásticos podem ser usados no lugar do polipropileno em canetas, potes de cosméticos, aparelhos eletrônicos e até em peças de automóveis, como painéis e pára-choques. “Em condições normais, esses plásticos duram muito. Mas em contato com bactérias, como em um lixão, eles se desintegram em 180 dias”, diz Sylvio Ortega, diretor executivo da PHB Industrial.
Aceleração tecnológica
Em média, os bioplásticos são 30% mais caros que os plásticos convencionais. Apesar do preço alto, estima-se que eles possam representar 10% do total do mercado brasileiro em 2012. De olho nesse potencial, a belgo-argentina Solvay Indupa assinou um contrato com a cooperativa de produtores de álcool e açúcar Copersucar para o fornecimento do etanol que será usado na fabricação de PVC. Na mesma linha de parcerias, a gigante do setor Dow Chemical buscou a Crystalsev para montar o primeiro pólo alcoolquímico integrado do mundo na região do Triângulo Mineiro, com investimentos estimados em 1,5 bilhão de reais. A produção de cana estará lado a lado com a fábrica de plásticos. O pólo deve começar a operar no ano que vem produzindo etanol e, a partir de 2011, fabricando 350 000 toneladas de polietileno. As parcerias estratégicas da Santelisa Vale são uma reação à mudança da indústria da cana. “O foco do setor sucroalcooleiro está se modificando”, diz Sebastião Henrique Gomes, diretor administrativo da Santelisa Vale. “O que era um negócio de commodities está virando um negócio de energia renovável, em suas diversas formas.”
É na área de energia que as usinas vêm diversificando suas atividades com mais força e há mais tempo. Desde a década de 80, o bagaço da cana é usado para produzir energia elétrica. Esse aproveitamento do resto da produção tem permitido há algum tempo que as usinas sejam auto-suficientes em energia. Mas desde o apagão, em 2001, as usinas começaram a enxergar nessa produção interna de energia elétrica um novo negócio. Para produzir excedente, muitas delas investiram em caldeiras de alta pressão, mais eficientes na queima do bagaço, que custam mais de 30 milhões de reais. Hoje, também estão sendo desenvolvidas técnicas para aproveitar a palha da cana, que tem quantidade de energia igual à do bagaço. O resultado é a emergência de uma nova indústria, que já responde por 3% da matriz de eletricidade do país e pode chegar a 15%, o equivalente ao consumo de um país como a Holanda, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A multiplicidade de produtos que começam a ser explorados com base na cana tem grandes implicações para a indústria sucroalcooleira do país. A primeira é a aceleração dos avanços tecnológicos no setor. Para desenvolver os novos produtos, são necessários conhecimentos de áreas diversas, como genética, biotecnologia, química e engenharia. Cada detalhe na nova cadeia da cana — das leveduras às turbinas — é desenvolvido por diferentes empresas, criando novas indústrias. As perspectivas de ganhos num setor que cresce de 10% a 15% ao ano formam um ambiente propício à inovação. A Allelyx, empresa de biotecnologia controlada pelo grupo Votorantim, tem pesquisas avançadas para desenvolver variedades transgênicas de cana mais produtivas ou capazes de gerar mais açúcar, por exemplo. Há anos fornecendo equipamentos para usinas, a Dedini se especializou em formas de ganhar mais eficiência na produção de etanol. Nesse processo, a empresa criou um novo equipamento, que capta o vapor gerado na fabricação de açúcar e álcool para produzir água. A Dedini também está investindo em tecnologia para a produção de álcool celulósico, que pode ser feito do bagaço de cana e de outras fontes de celulose. “O processo que fizemos de hidrólise rápida é muito mais ágil do que o que é testado em outros países”, diz Sérgio Leme dos Santos, vice-presidente executivo da Dedini. “Mas ainda precisamos torná-lo mais competitivo.”
Outro impacto no setor são as mudanças na área de gestão. Há alguns anos as usinas vêm se profissionalizando, deixando de ser apenas negócios de família. Com a crescente diversificação, novos profissionais estão sendo contratados para atuar nos diferentes setores, de energia, alcoolquímica e os tradicionais etanol e açúcar, que ficaram mais especializados. Faculdades começaram a oferecer cursos de MBA especialmente para o setor, como é o caso da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e da Faap, em São Paulo. “Com o leque de opções mais aberto, as usinas estão tendo de investir em bom planejamento estratégico para definir como será usada sua produção de açúcar e etanol”, diz Sandra Helena da Cruz, professora do departamento de agroindústria, alimentos e nutrição da Esalq. Em níveis mais baixos, a mecanização das lavouras (que será padrão em São Paulo até 2017) e o uso de equipamentos mais sofisticados exigem maior treinamento dos trabalhadores que ficam nos canaviais e nas usinas.
Feitos de açúcar
O novo ciclo da cana traz uma nova realidade para as usinas: a de se tornarem biorrefinarias. É difícil, porém, haver uma reprodução do que ocorre no setor petroquímico, pelo menos no curto prazo. Alguns dos novos produtos, como o diesel de açúcar, podem ser feitos dentro das usinas, pois a estrutura muda pouco. Mas outros, como os de alcoolquímica, devem ser feitos em parceria. “Os empresários podem diversificar um pouco seus investimentos, mas sem perder o foco em açúcar e etanol”, diz José Carlos Toledo, presidente da União dos Produtores de Bioenergia. Se não houver uma revolução nas usinas, certamente haverá no setor. A demanda por produtos que tenham menor impacto no aquecimento global e a necessidade de diminuir a dependência do petróleo fazem com que todos voltem os olhos para alternativas como o açúcar. Os produtos baseados no açúcar podem ser feitos de milho, beterraba e outros alimentos, mas a cana é o mais vantajoso: é a planta mais produtiva, tem o maior potencial energético e o menor custo. “O Brasil tem hoje a experiência mais competitiva do mundo em buscar alternativa ao petróleo”, diz Marcos Jank, presidente da Unica. Reinach, da Votorantim Novos Negócios, faz uma análise ainda mais otimista. “Da mesma forma que Taiwan virou um pólo para a fabricação de semicondutores, fazendo uma política de incentivo a investimentos, o Brasil pode ser o pólo dessa nova indústria ligada à cana”, diz. “As condições para a exploração estão aqui. É uma grande oportunidade.”
Fonte: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0927/negocios/m0167948.html
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